(Fotografia de António Sequeira)
Falam meus versos de noite
e nostalgia,
de dor, de vida amargurada,
de mim que canto
um hino de alegria
e que gosto de um boa
gargalhada....
Falam meus versos de risos
retorcidos
de dias gastos ao sabor do nada,
de mim que vivo
os meus cinco sentidos
e me quedo feliz, enamorada.
Falam meus versos de sonhos
recalcados
de saudade, de pena e solidão
de mim que amo os meus
dias passados
que me enchem de luz o coração
Falam meus versos de lutas
violentas
em que perdia a fé e a razão
de mim que sofro «o cabo das tormentas»
e levo o desespero pela mão...
Falam meus versos... sei lá
de que é que falam...
Com eles nasço e morro
a cada instante...
Vozes que gritam e, que nunca se calam...
e me conservam viva e arrelante.
Falam meus versos...
Quem os vai escutar?
Perdem-se estrelas...
Quem as vai encontrar?
Maria Helena Amaro
Inédito, novembro de 2005
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