(Fotografia de António Sequeira)
Ando a procurar no céu
as sumidas estrelas...
Quero agarrá-las
e metê-las
nas minhas mãos
de velha entontecida
que acredita
que por seu bem
ainda são tão belas...
Quando era pequenina
acreditava
que as estrelas eram as alminhas
dos que morriam sem pecados...
O céu enorme tinha muitas janelas
e então
Deus colocava-as a brilhar
em todas as janelas
para guiar na terra
os transviados...
Eu preciso urgentemente
de uma estrela
pousada na janela...
Estrela do Oriente...
Estrela de Alva...
Estrelinha do Norte...
Estrela dos Reis Magos...
Qualquer uma pode guiar-me bela
eu quero
eu preciso...
eu sinto...
eu quero tê-la.
Perco-me muito...
Tanto... nada... pouco...
a olhar o céu desesperada
que a vida se torna em labirinto
de dores e de procelas
sem estrelas...
num mundo meio louco.
Maria Helena Amaro
Novembro de 2014.
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