(Ilustração de Maria Helena Amaro)
As tuas asas brancas
são gritos verdes
no deserto imenso que é a vida
A vida, minha irmã
é um punhado acre de canções,
de choros, de sorrisos,
de lama, de Infinito...
É esse apelo que nos torna maiores
e faz de ti peregrina
de caminhos sem fim...
As tuas asas brancas
são gritos verdes
no deserto imenso que é a vida...
Punhados de cetim!
Quantos estendem ao Sol as asas brancas
e lançam no espaço gritos verdes!
Não dês a ninguém as tuas asas brancas
mas escuta nos caminhos do mundo
o adejar de asas como as tuas...
- Quanto vivo se encontra pelas ruas
num riso de criança? ...
Ó poesia de ter asas de neve!
Ó magia de estradas cor de esperança!
A vida, minha irmã,
é pó e luz,
A vida é riso e dor...
A vida são as tuas asas brancas
entre o negro e o branco
o vermelho e o azul
subindo mais e mais
até encontrarem no espaço
a pousada do Amor!
Maria Helena Amaro
Julho, 1960
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