(Fotografia de António Sequeira)
Sou toda em farrapos repartida.
Coração em Esposende, a alma, na Lousã.
Anda o meu corpo na cidade perdida
em busca da luz doce da manhã.
Ave imigrante de asa enfraquecida,
do mar me vem o Sal (sou tão salgada!)
No peito trago a fé e trago a vida,
barco à deriva de vela incendiada.
Sabe-me a boca à serra e às marés…
Percorro a minha vida lés – a – lés,
Nada quero anular ou esquecer…
Se o mar é sal, a serra é madrugada,
pertenço a três e não me resta nada.
Braga é a cidade que me viu crescer.
Inédito, Maria Helena Amaro
Braga, fevereiro de 2012
Braga, fevereiro de 2012
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