De mãos vazias, Senhor, estou aqui
E não sei aonde ir…Vêm de longe o eco dos meus sonhos
Sonhos mortos de Dor
E não sei aonde ir…
Cobardes somos, Senhor,
Porque pensamos
Nas horas mais ditosas
Que a Dor é leve e podemos vivê-la…
Mas se ela vem, Senhor,
Vêm de longe o eco doutros sonhos
Sonhos mortos de Dor
E somos uns mendigos
Vestidos de amargura ao recebê-los…
Aqui estou, Senhor, de mãos vazias
E não sei aonde ir…E recuso ficar…
Quem me dera partir e não voltar!
Maria Helena Amaro
In, «Maria Mãe», 1973.
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