(Fotografia de António Sequeira)
Já não interessa, não,
o que faço, o que penso, ou o que digo,
sei apenas que já não estás comigo
E me pesa esta amarga solidão
Tanta coisa gostava de ter dito,
tanta coisa gostava de ter feito,
mas tu voaste logo ao Infinito,
e me deixaste pobre deste jeito…
Em cada canto da casa é o teu rosto,
que vejo desenhado, com doçura,
a olhar-me com laivos de ternura,
a dizer-me: «Não chores, que não gosto.»
Mas eu choro e digo te amo,
que a morte levou-te por engano,
e que vais regressar um destes dias…
Sei que não vens, o que sonho é engano,
sei que estarei sem ti, um mês, um ano…
sem amor, sem flores, sem alegrias!
Inédito, Braga, 28/02/2010
Maria Helena Amaro
Maria Helena Amaro
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