(Fotografia de António Sequeira)
Não interrogues Deus
não vale a pena…
Dizia minha avó,
que toda a gente,
tem o seu fadário,
amores e desamores,
são pequenas lascas,
do lenho do Calvário.
Não interrogues Deus
não tens razão…
Contava minha avó,
que a mãe,
de sua mãe,
também dissera,
que o mal do Homem
é pensar,
que a vida inteira
há-de ser Primavera.
Não interrogues Deus
que é heresia…
Já minha mãe
dizia,
que toda a gente
tem a sua cruz,
que até Jesus
teve Quaresma,
Páscoa,
Aleluia,
e que depois da noite,
há sempre dia,
e o dia
é madrugada e luz…
Não interrogues Deus.
Deixa que seja Ele,
em horas de agonia,
a explicar
Em Paz e Harmonia,
esses tormentos teus.
Inédito, Abril 2009 – Maria Helena Amaro
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