(Ilustração de Maria Helena Amaro)
São bodas de água, as nossas bodas de ouro,
porque se enchem de água estes meus olhos,
são bodas de água, são montanhas de escolhos,
são barcos velhos, em velhos ancoradouros.
O nosso amor pareceu-me duradouro,
como o cetim dum vestido de folhos,
veio a doença, a plantar aos molhos,
arbustos negros em negro logradouro.
Parou a paz; a vida malogrou-se,
a esperança de cura dissipou-se,
tudo se transformou em dor, reveses.
Sobrou para mim o teu sorriso doce,
a humilde casinha de Foz de Arouce,
onde fomos felizes tantas vezes!
Maria Helena Amaro
Março, 2013
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