(Fotografia de António Sequeira)
Albertina!
Queria fazer-te uns versos
Ridentes como o sol da primavera
que dissessem um pouco
do teu sorriso louco
Do teu olhar cheiinho de quimera...
Do teu passo miúdo, saltitante.
Sobre róseas estradas...
Da tua boca voltada para o sol
em francas gargalhadas!
Que fossem contigo vida fora
a espalhar saudades
e tal como agora
quem os lesse
visse neles preciosas verdades.
Mas as musas caídas no caminho
morreram ao sol por
E os versos saíram sem beleza
sem sombra de frescor...
O teu curso terminou...
Eis que te vais de lábios a sorrir
a novos horizontes
risonha, confiada
Quantos sonhos tu levas
suspensos nesse olhar
de criança mimada!
Quedo-me toda a meditar
na menina que és
E sinto uma vontade quase grande
de lançar com meiguice
um brinquedo a teus pés...
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Deus te dê a ventura sonhada
nas curvas do caminho...
Maria Helena Amaro
1958
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