(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Incompreendida! São feitos de amargura
os meus dias sombrios do presente...
Compreender-me a mim? Há tanta gente
que para mim é como a noite escura?
Quero fechar os olhos e morrer
Não para mim, mas para toda a gente...
Descansar! Nem que a vida latente
fosse um suplício, um contínuo sofrer!...
Por mais que grite ao mundo o meu tormento
ninguém me escuta, ninguém me quer ouvir,
mas toda a gente me complica a vida...
E enquanto eu espelho o sofrimento
vou murmurando a chorar, a sorrir:
"Incompreendida! Oh! Incompreendida!"
Maria Helena Amaro
13/10/1954
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