(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Estás tão só
e tens tanta pessoa
à tua volta...
Gostas das pedras
das areias, dos fetos...
Chamas de nome
às silvas calcinadas
e até as cobras vêm dançar para ti!
Ser primeiríssimo
do primeiro mundo
não sei com quem conversas
tantas vezes
nem sei o nome da tua solidão...
Vens de outro mundo
que não é teu...
Procuras outro ser que conheces
ensaias linguagem
que ignoras...
Ninguém sabe da tua solidão...
Ninguém conhece o teu perfil talhado.
Ninguém encontras, nem ninguém procuras...
Mas a Esperança
vai andar na rua
e na próxima esquina
da cidade
tu vais encontrar o som cadente
da viola encantada...
Maria Helena Amaro
Foz de Arouce
Agosto, 1990
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