(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Torna-se a vida numa fogueira acesa
de labaredas de dor e desespero
quem sou eu já não sei, o que tenho não quero
toda a revolta é prata à minha mesa
Choro e não choro e só quero chorar...
digo e não digo e só quero dizer...
Só versos mortos os que escrever...
Tenho na voz a alma a sufocar
Por onde vou só me quero perder
caminho estreito que irei palmilhar
noite de dor sem estrelas ou lua...
Ó quem pudesse ajudar-me a sofrer
esta amargura que me vem atolar,
que imunda de tristeza a minha rua!
Maria Helena Amaro
Inédito, fevereiro de 2009.
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