(Fotografia de António Sequeira)
No doce entardecer
de um mês de setembro
eu esperava sentada
numa pedrita solta
na curva do caminho...
De longe tu chegaste
e alheado de tudo
subiste uma ladeira
ai ao lado...
E não me viste!
Mas houve um dia
num entardecer de primavera
que reparaste em mim...
Tão longe e tão perto
à minha beira...
Disseste-me... então
que o amor era como o mar
crescia e mingava...
por efeitos do vento...
Eu sorri...
Riso de catavento...
Canto de cotovia...
Grito de rouxinol
a tentar desviar-se
das quenturas do sol...
Sorriste
e eu sorri
falaste
e eu falei
beijaste
e eu beijei...
Sofreste
e eu sofri.
Apaixonadamente
fiquei eternamente
entre o riso e choro
-recordação que adoro-
entrelaçada
em ti!
Maria Helena Amaro
Janeiro, 2014.
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