(Fotografia de António Sequeira)
Roubem-me tudo: a graça, a luz, o sonho,
o ciciar da voz de uma criança,
auroras róseas de subtil esperança,
o meu gostar de ser rosto risonho.
Roubem-me o riso dos sonhos que vivi,
miragens vivas da vida ornamentada,
repleta de canções na minha estrada
poemas de ternura que nas noites escrevi.
Roubem-me as telas, os pincéis, as molduras,
flores e frutos que pintei nas gravuras,
rostos e bustos que nunca foram meus.
Roubem-me tudo na velhice encontrada,
pausa, sossego, doença anunciada.
Roubem-me tudo, mas não me roubem Deus!
Maria Helena Amaro
9/01/2014
Sem comentários:
Enviar um comentário