(Ilustração de Maria Helena Amaro)
É uma mágoa que trago no meu peito,
tão negra como a noite, e longa como o mar.
Cresce e decresce no meu respirar
e se transforma em pranto desfeito.
É uma mágoa que trago comigo,
nasceu comigo, assim, desde menina.
Primeiro era uma rosa pequenina
a quem, zelosa, dei o meu abrigo.
Cresceu depressa. Comigo quis ficar,
junto de mim foi dia e foi luar,
foi alegria, desespero, pena...
Abro o peito, mas nunca quer fugir,
anda vestida de lilás a florir,
toda se estende neste meu poema.
Maria Helena Amaro
Esposende, agosto, 2014.
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