(Ilustração de Maria Helena Amaro)
A minha vida é livro esfarrapado
de capa enrugada, retorcida,
lido e relido já não interessa nada.
É canção gasta, breve, interrompida.
Aos quinze anos lhe chamei miragem
Aos vinte anos me pareceu novela
Aos trinta anos se tornou romagem
e aos quarenta história de favela
Aos cinquenta já lhe chamava drama
Aos sessenta era apenas uma chama
que se apagava aos poucos hesitante.
Aos setenta, dos tempos são histórias,
vão-se esgotando personagens, memórias.
Um livro velho guardado numa estante.
Maria Helena Amaro
Maio, 2014.
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