(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Meus poemas... espalhados no espaço,
foragidos do baú da minha vida,
onde escondo tanta coisa perdida,
tanta coisa que penso, sonho, faço.
Poemas velhos causam-me embaraço,
são estrofes sem cor e sem medida,
gritos loucos de alma combalida,
pendurados na curva do meu braço.
Pego neles, rasgo, risco, traço,
faço deles um enorme maço
e vou deitá-lo ao mar, numa corrida.
O mar, a rir, procura o meu abraço,
lança-o de volta para o meu regaço
e eu recebo-os e choro enternecida.
Maria Helena Amaro
22 de junho de 2014.
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