(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Sentam-se as velhas
à porta do lagar,
a recordar
aquilo que a vida
não lhes deu...
O amor,
foi como um raio de luar,
brilhou tanto,
mas veio a madrugada
e logo se apagou...
Desapareceu.
Partiram todos
e ninguém ficou
nas casas do lugar...
Foram tormentos e dores
por que passaram
mas, não, ninguém ligou.
Sós e carentes
na aldeia adormecida,
se ficaram
à espera de alguém que não voltou.
Sentaram-se as velhas
à porta do lagar
a recordar
o tempo que morreu...
Velhas, velhinhas
são,
de meter dó,
mas, ninguém para,
para ouvir,
com dó,
estas lamechas
que, por velhas, não cabem
no mundo jovem
afastado do Céu.
Maria Helena Amaro
Foz de Arouce
Novembro, 2010
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