(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Vem o dia e com a doce esperança
de alguma coisa parecida com ventura
Vão-se as horas com sombras de amargura
dos meus tempos distantes de criança...
Vem a tarde, o desespero a dor...
E a certeza duma vida falhada...
Vão-se os sonhos transportados no nada
e minha alma fica à mingua de amor!
Vem a noite, os negros pesadelos
Fantasmas brancos dos meus mortos anelos
no cemitério das almas sem caminho...
Um vulto escuro desliza à luz da lua...
Sou eu que busco na calçada da rua
Um amor que perdi no meu caminho!
Maria Helena Amaro
18/07/1955
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