(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Cada espinho que a vida me deu
quero torná-lo uma rosa de toucar
E cada chaga de meu peito a sangrar
numa saudade, num jasmim, num malmequer
E cada estrada que hei-de palmilhar
será coberta com tapetes de flores:
rosas vermelhas, escuras, de mil cores,
cor da aurora e do dia a findar...
E no altar de meu peito vazio
as suas pétalas eu hei-de colocar
de ano a ano, de estio a estio...
E quando o eterno me vier buscar
as minhas rosas crescidas lá no frio
da minha alma serão o despertar!
Maria Helena Amaro
16/01/1955
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