(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Abre as tuas mãos
e vê o que tens nelas...
- Não tenho nada...
Vazias são de sonhos e pecados
São asas mortas as minhas mãos fechadas...
És louca, meu Amor!
Tu tens nas mãos um bilião de estrelas
E oiro puro
mas, assim inertes e crispadas
jamais poderás vê-las...
Abre as tuas mãos...
E vê o que tens nelas...
Cada mulher que nasce
traz nas mãos abertas para a vida
O laço enorme que liga a terra ao Céu...
feito de graças... tantas
que ninguém pode tê-las...
Abre as tuas mãos
tu trazes dentro delas
o oiro puro dum bilião de estrelas!
Maria Helena Amaro
Concurso Pedro Homem de Melo
Maio de 1967
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