(Ilustração de Maria Helena Amaro)
No entardecer do meu outono,
neste novembro tão triste e apagado,
caem folhas sem família, sem dono
no chão escuro, chuvoso, enlameado...
São tapetes tecidos de amarelo,
de castanho, de verde embaciado,
são como dias deste outono apagado,
que eu espio e não encontro belo.
Se as folhas do outono são de ouro,
de cor de fogo de braseira acendida,
e fazem tapetes tão coloridos.
Porque, então a dor é um tesouro
que se transforma em pó tão de seguida,
cheia de noite, de choro, de gemidos?
Maria Helena Amaro
16 de novembro 2011
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