(Ilustração de Maria Helena Amaro)
Minha mãe! Como é triste o fim do dia
de mais um dia que não passo junto a ti...
Quando virá, ó mãe, a alegria
e tudo mais que nunca conheci?
Estou só! Meu peito soluçante
chama, baixo, d0cemente, por alguém...
E minha boca em voz suplicante
diz ternamente: minha mãe!
Estou tão longe e tão perto de ti!...
Mãezinha, linda, quisera eu falar...
Vem dizer-me: "Filha, estou aqui!
Não chores, não tens porque chorar..."
Contar-te-ia então tudo o que sinto
toda a mágoa e todo o meu sofrer
porque a ti, ó mãe, sei que não minto
e a verdade só tu podes compreender!
Maria Helena Amaro
Braga, 26/11/1952
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