Periodicidade de publicação de poemas

Caros leitores:
Espero que desfrutem na visita a este espaço literário. Este sítio virtual chama-se “Maria Mãe” e tem como página principal os poemas de Maria Helena Amaro.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

83º Concurso de Quadras de S. João JN 2011 - XVII


(Fotografia de António Sequeira)

XVII

Nas voltas do carrossel...
Nas danças do «sólidó»
A Maria e o Manel,
dos dois fizeram um só...

Maria Helena Amaro
Pseudónimo: Maria Só
Concurso de Quadras de S. João do Jornal de Notícias, 2011

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

83º Concurso de Quadras de S. João JN 2011 - XVI


(Fotografia de António Sequeira)


XVI

Fui à fonte beber água,
perdi-me no teu caminho,
enchi o peito de mágoa,
mas nasceu-me um Joãozinho.

Maria Helena Amaro
Pseudónimo: Maria João
Concurso de Quadras de S. João do Jornal de Notícias, 2011


Nota: Hoje, o blog Maria Mãe atingiu a bonita contagem de 100.000 visitantes.
Obrigado a todos aqueles que passearam por este nosso e vosso espaço literário.





domingo, 28 de agosto de 2016

83º Concurso de Quadras de S. João JN 2011 - XV


(Fotografia de António Sequeira)

XV

Não sou Salomé perversa,
e tu não és S. João...
Não quero a tua cabeça,
só quero o teu coração...

Maria Helena Amaro
Pseudónimo: Maria Salomé
Concurso de Quadras de S. João do Jornal de Notícias, 2011

sábado, 27 de agosto de 2016

83º Concurso de Quadras de S. João JN 2011 - XIV


(Fotografia de António Sequeira)

XIV

Fogueira que nunca ardeu,
cedo ou tarde há de estalar,
se S. João lá do céu
vier à terra soprar...

Maria Helena Amaro
Pseudónimo: Maria Lume
Concurso de Quadras de S. João do Jornal de Notícias, 2011


sexta-feira, 26 de agosto de 2016

83º Concurso de Quadras de S. João JN 2011 - XIII


(Fotografia de António Sequeira)

XIII

Vou pedir a S. João,
santo, meu santo bendito,
que me arranje um homem bom,
jeitoso, rico e bonito.

Maria Helena Amaro
Pseudónimo: Maria Fé
Concurso de Quadras de S. João do Jornal de Notícias, 2011

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

83º Concurso de Quadras de S. João JN 2011 - XII


(Fotografia de António Sequeira)

XII

Andei em tanta fogueira,
na noite de S. João,
que ainda sou cinza ligeira,
que o vento agita no chão.

Maria Helena Amaro
Pseudónimo: Maria Cinza
Concurso de Quadras de S. João do Jornal de Notícias, 2011


quarta-feira, 24 de agosto de 2016

83º Concurso de Quadras de S. João JN 2011 - XI


(Fotografia de António Sequeira)

XI

De faúlha fiz fogueira,
de fogueira fiz paixão.
Morri à minha maneira,
na noite de S. João.

Maria Helena Amaro
Pseudónimo: Maria Faúlha
Concurso de Quadras de S. João do Jornal de Notícias, 2011

terça-feira, 23 de agosto de 2016

83º Concurso de Quadras de S. João JN 2011 - X


(Fotografia de António Sequeira)

X

Perdi o meu namorado,
na noite de S. João...
Foi foguete incendiado
que foi estourar no chão.

Maria Helena Amaro
Pseudónimo: Maria Foguete
Concurso de Quadras de S. João do Jornal de Notícias, 2011

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

83º Concurso de Quadras de S. João JN 2011 - IX


(Fotografia de António Sequeira)

IX

Manjerico tem segredo,
erva cidreira condão...
Ambos morrem muito cedo,
na noite de S. João!

Maria Helena Amaro
Pseudónimo: Maria João
Concurso de Quadras de S. João do Jornal de Notícias, 2011

domingo, 21 de agosto de 2016

83º Concurso de Quadras de S. João JN 2011 - VIII


(Fotografia de António Sequeira)

VIII

No amor, como a cigarra,
que só vive de cantigas,
quebrei a minha guitarra,
fui pedir pão às formigas...

Maria Helena Amaro
Pseudónimo: Maria Cigarra
Concurso de Quadras de S. João do Jornal de Notícias, 2011

sábado, 20 de agosto de 2016

83º Concurso de Quadras de S. João JN 2011 - VII


(Fotografia de António Sequeira)

VII

Não namoro... não me caso...
Não tenho com quem me deite.
Já estou fora de prazo
como um pacote de leite.

Maria Helena Amaro
Pseudónimo: Maria Leite
Concurso de Quadras de S. João do Jornal de Notícias, 2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Dedicatória


(Fotografia de António Sequeira)

A minha neta tem nome de princesa,
de infanta, de santa, de rainha,
faces de seda e olhos de andorinha,
é toda feita de graça e de beleza.

É um monte de encanto a minha neta,
um lago de riso e de ternura,
um hino de harmonia e de ventura,
tão menina, tão gentil e tão esperta.

Um ano! É só um ano por agora,
mas, o tempo fará dela uma senhora,
cheia de predicados e de encantos.

Quando um dia a avó se for embora,
deixa aqui a alegria desta hora
e muitos beijinhos... Tantos! Tantos!

Maria Helena Amaro
12/05/2011   

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Junho, 1961


(Fotografia de António Sequeira)

Manhã de junho, clara, luminosa.
Manhã de risos, de lírios e de cor.
O ar do campo abria-se em flor.
Trazia o vento perfumes cor-de-rosa.

A minha vida era calma, vagarosa.
Preenchida de sonhos e de labor.
Acreditava em mim, em Deus, no amor
e ser feliz era esperança valiosa.

Surgiste então, na manhã radiosa.
Surpresa rara, parecia duvidosa;
Por onde andaste, de quem eras senhor?

Não eras de ninguém... Coisa gostosa!
Pedias para ser meu... Que bela prosa!
Noivado, casamento, morte, dor!

Maria Helena Amaro
05/06/2013 

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Sonhei...


(Fotografia de António Sequeira)

Sonhei um dia agarrar a madrugada.
Fazer dela um raro diamante
para que o sol ao nascer rutilante
nas minhas mãos fizesse uma morada. 

A aurora do sol foi demorada,
depois de uma noite inebriante,
em que as estrelas em dança lancinante
impediram o surgir da madrugada.

Cantei ao sol a canção combinada.
Enchi de fogo a minha jovem estrada.
Do sol fui irmã, noiva, amante.

Para quê? O sol foi debandada
A minha espera não valeu nada
Ficou o sonho. Tornei-me caminhante.

Maria Helena Amaro
25/06/2013

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Registo (2013)


(Fotografia de António Sequeira)

Quando chamas por mim eu já não vou.
Eu já não vou; que me posso perder.
Canso-me a caminhar neste viver,
aquilo que fui, eu já não sou.

Busco o passado e tudo se esfumou.
O que já houve, aqui, não vai haver.
Vou caminhando até desfalecer.
Nada recebo; também já nada dou.

Por onde andei que a luz me incendiou...
Por onde andei que o sol me enfeitiçou...
E que o mar me bateu até doer?

Na minha alma o amor se apagou.
Estás comigo no pouco que restou.
Estás comigo, na fé, até morrer!

Maria Helena Amaro
Junho de 2013

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Telas


(Fotografia de António Sequeira)

Perco-me tonta por caminhos estreitos.
Dou pinceladas em velhas aguarelas.
Encho de luz e cor as minhas telas.
Tento traçar arabescos perfeitos.

Busco nos campos as flores mais singelas.
Papoilas, rosas e amores perfeitos.
Não sou pintora, mas tenho certos feitos.
Das mãos me saem gravuras algo belas.

Alguns quadros para mim são imperfeitos.
Outros são os mais belos, os eleitos,
que eu exponho à guisa de querelas...

Livre, sou livre. Nem deveres, nem direitos.
Pinturas para mim são filhos feitos.
Amo-as tanto que não quero perdê-las.

Maria Helena Amaro
24 de maio, 2013  

domingo, 14 de agosto de 2016

Dedicatória


(Fotografia de António Sequeira)

Foste um anjo de asas mutiladas,
que preenchem horas da minha vida.
Eram bem nossas as duras caminhadas,
tão dolorosas as rampas, as subidas...

Mas o teu rosto de menino pequeno,
mostrava à gente que era tua amiga.
Sorriso doce, tão longo, tão sereno,
que nos lembrava a luz de uma cantiga.

Eras para todos o doce Tiaguinho,
que recebia de nós tanto carinho
sem pedir, sem exigir, sem reclamar...

A tua vida foi um duro caminho.
Doença, tristezas, desalinho.
Mas para mim, tu foste um anjo alar.

Maria Helena Amaro
Maio, 2013

sábado, 13 de agosto de 2016

Vento


(Fotografia de António Sequeira)

Que vento é esse que te empurra tão forte
ao longo da praia onde o mar se estende?
É a vontade que cavalga do norte,
dunas afora nas terras de Esposende.

De sal e areia é feita a cavalgada.
Tudo abate, tudo pisa, tudo empurra.
Que vento é este que não respeita nada,
agreste e frio que o meu rosto esmurra?

Lá vou com ele sem paz e sem perdão.
Peço que pare, mas não me dá razão.
Talvez à noite ele aquiete e se mude... 

Se entardecer numa tarde de verão,
vai caminhar sereno e molengão
até ao souto da Senhora da Saúde.

Maria Helena Amaro
20 de maio 2013

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Voos


(Fotografia de António Sequeira)

Em voos loucos atravesso os espaços
a procurar uma luz que morreu.
Busco em vão o calor de teus braços,
o teu amor que a vida prometeu.

São voos loucos. Arrasto estes meus passos
e só encontro a fé que se perdeu.
Ruído surdo de cristais em pedaços.
Alma dorida que não encontra o céu.

Busco-te em vão em momentos escassos.
Dizem-me as nuvens que não existem laços.
Que nada existe daquilo que foi teu.

Longe... tão longe. Ficam-me os olhos baços.
Olho e vislumbro do teu rosto os seus traços...
Nada alcanço... Mas, tu és todo meu!

Maria Helena Amaro
2013 

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Momentos


(Fotografia de António Sequeira)

Esgota-se a palavra, a frase e a ideia,
o discurso, a promessa, o argumento.
Na alma a revolta se incendeia,
não há fé, nem esperança, nem alento.

Vão na rua vozes de sofrimento,
que reclamam pão e vinho, uma ceia.
Ninguém escuta a dor deste tormento.
Surgem novos e velhos, em cadeia.

Tudo se esgota. É uma maré cheia,
de mentiras, que alguém negoceia,
em nome de um povo sem sustento.

Onde vamos nós nesta alcateia
enredados em tenebrosa teia.
Em busca doutra gente, doutro tempo?

Maria Helena Amaro
18/05/2013




quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Rota


(Fotografia de António Sequeira)

A tua alma andou tantas estradas,
becos, labirintos e vielas,
sob o ruído amargo das procelas,
sob a chuva, raios, trovoadas.

A tua alma fez tantas caminhadas,
sob a luz ridente das estrelas,
que te deixaste enfeitiçar por elas,
porque eram jovens, celestes, encantadas.

Andastes pelos bosques de mãos dadas,
em busca de flores, faunas e fadas,
e não achaste sequer o rasto delas.

Não andes mais. Deita fora esses nadas
Dá à tua alma serenas madrugadas.
Faz dos teus olhos duas grandes janelas.

Maria Helena Amaro
17/05/2013

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Palavras


(Fotografia de António Sequeira)

Quis ser escultora de poemas.
Achei dura a natureza da palavra.
A caneta todo o papel rasgava.
Ficava da palavra a dor apenas.

Quis rimar muitas rimas serenas,
mas a palavra  sempre se calava.
Na folha de papel tudo sobrava,
porque as ideias eram tão pequenas.

Esculpi mágoas na palavra dura,
com o cinzel fiz rimas de ventura,
mas, o papel não muitas rejeitou.

Ninguém as leu. Ninguém as quis cantar.
Que as palavras são como o luar,
apenas brilham porque alguém as declamou.

Maria Helena Amaro
Maio, 2013

domingo, 7 de agosto de 2016

Para a Bia


(Fotografia de António Sequeira)

No reino da fantasia,
cheio de riso e alegria
onde impera muito amor.

Existe a menina Bia,
a princesa da família,
tão bela como uma flor.

Para ela neste dia,
junto de manos e pais,
vai a festa que merecia,
com beijinhos, muitos, mais!...

Da avó:

Maria Helena Amaro
12/05/2013

sábado, 6 de agosto de 2016

Cores


(Fotografia de António Sequeira)

O branco é a cor da vida.
O preto é a cor da morte.
O lilás a despedida.
O verde é a cor da sorte.

Cinzento é a cor de espera.
O castanho é a cor de outono.
Amarelo é a primavera.
O laranja é abandono.

O azul é infinito.
O vermelho esta paixão.
Cor de rosa é cor do mito,
do sonho feito ilusão...

Misturo todas as cores,
faço delas uma poção:
sorrisos, lágrimas e dores,
que tingem meu coração.

Maria Helena Amaro
Maio, 2013

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Alma


(Fotografia de António Sequeira)

O meu estado de alma é português.
Vive de riso de mágoa, de saudade.
A poesia é a sua verdade.
Cada hora, cada dia, cada mês.

O meu estado de alma é lusitano.
Crê na vida, na coragem, na nobreza.
Dá o nome de Deus à natureza.
É judeu, cristão, samaritano.

O meu estado de alma é mareante.
Lança no mar uma nau navegante
e lá se vai a marear no fundo.

O meu estado de alma é caminhante
Caminha sempre em busca de levante
Perde-se todo nas ruelas do mundo.

Maria Helena Amaro
Maio 2013


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

83º Concurso de Quadras de S. João JN 2013 – XXVII


(Fotografia de António Sequeira)

XXVII

Já vou pela noite fora
com flores na cabeleira...
Se tu me mandares embora
solto o fogo na Ribeira.

Pseudónimo: Maria Fogo
Maria Helena Amaro
Concurso de Quadras de S. João do Jornal de Notícias, 2013